Não te deixes morrer

Havemos de adormecer
na nudez do silêncio
deportados nas ervas
humedecidas dos olhos
e em grave pontuação
subir e descer
na respiração dos pássaros
até corrigir uma rota
de palavras perdidas.
Havemos de perpassar
o lume aceso das casas
por habitar em nós
e acenando na direcção
das naus
outras que vão partindo
à deriva das velas
rumaremos ao continente
vegetal
suspenso da errância
de íntimos sóis.
E resguardados de inútil
ansiedade
havemos de dizer
que o nosso tempo é quase
no traçado febril das mãos
à volta de quem esperamos ser
aqui onde sempre fomos.
Helena Ventura – in “NÃO TE DEIXES MORRER”. Autora Grupo Privado Sociedade Justa/Facebook

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