O modelo de desenvolvimento enconómico que nos abraça desde o nascimento desenha modelos diferentes de escravatura ao mesmo tempo que nos mostra o céu do consumo numa aparente ilusão que nos afasta da realidade.
Os movimentos sociais que a história regista ali ficam como sinais embora a tendência se mantenha escondida pois sempre a discussão é racionalizada e embrulhada em estudos e livros – afinal principescamente pagos pelos donos do sistema.
Dois milhões de pobres em Portugal, é a ladaínha de sempre com os mesmo actores e autores, num mofo solene que nos devia envergonhar.
Nestes dias vemos a brutal violência de excluídos que não sabemos integrar, num modelo que apesar de alimentado por milhões e milhões que aliviam a consciência de quem Pode se mostra extenuado e sem resposta para enfrentar a causa e as causas deste sofrimento de quem é pobre – porque lhe falta o dinheiro, mas sobretudo porque lhe é roubada a esperança de realizar o seu mundo que lhe é prometido diariamente pela sociedade de consumo (afinal o a único que interessa, isto é, o único caminho possível de fazer para quem sendo pobre ali tem de entrar para a prova de obstáculos para a qual não tem as ferramentas!)
Seria a altura – depois de tantos estudos! – de avaliamos se não estaremos todos a olhar para o lugar errado, aquele que a sociedade do “conforto” nos “oferece” (com os juros do cartão de crédito!!!)
Olhar para os cidadãos a partir da base, das suas famílias, redes de vizinhos e possibilidades institucionais de entreajuda a partir das nossas comunidades.
Aqui vejo o enorme potencial instalado nas IPSS a merecerem novos desafios porque a sociedade mudou.
Pedir novo modelo de desenvolvimento? Talvez, desde que isso não seja uma racionalização que leve ao discurso, ao estudo, ao livro e depois fique tudo na mesma.
Por Alfredo Cardoso, director Socieade Justa
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