Os Bispos portugueses lamentam que a Assembleia da República tenha reprovado a possibilidade de os portugueses se pronunciarem sobre a possibilidade da eutanásia através de um refrendo. Veja o comunicado da Conferência Episcopal:
Apontamentos sobre a Eutanásia e o Direito à Vida
Este é um direito indisponível. A vida é um “bem” que não possui características negociáveis, ou possa se colocar um início ou fim na existência desta, pois é muito maior do que a nossa pequena compreensão de mundo.
A vida não nos pertence, mas é apenas um bem a ser administrado o melhor possível, até que este tenha que ser devolvido ao verdadeiro dono, e se tem que ser devolvido, não pode perecer, pois isto está além da nossa vontade.
O Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, versa que todo homem deve ser tratado como igual aos seus, com dignidade inerente aos seus. Uma pessoa que está doente em estado terminal deve ser tratada com a mesma dignidade, o sofrimento é algo pessoal e que não pode ser medido e muitas vezes não pode ser sequer amenizado, como no caso das doenças da alma como dizem os poetas.
A morte nunca poderia por uma dignidade neste contexto, pois ela é sempre ingrata. Essa parece ser uma saída fácil para aqueles que escolheram se juntar a máquinas pelo corpo e perdurarem a sua existência. A Anomalia do Suicídio deve ser executada pelo doente apenas, sem auxilio, para que somente ele sofra com as consequências de seu ato, que vem a ser a oblação de sua vida.
Qualquer um que queira por fim na sua existência e não o consegue plenamente é por que possui dúvidas, e não decidiu realmente pelo caminho da morte, optou por ele por pensar ser mais fácil do que viver. Não há dignidade na morte, pois a morte é sempre ingrata, chega sempre quando não queremos.
Ainda, o Direito da Liberdade Individual. A Liberdade, como muitas pessoas imaginam como sendo a ausência de regras não é bem a sim, a Liberdade deve ser entendida como a escolha das vontades livremente, escolha de caminhos e outras coisas, bens que se possui, e o corpo não é um deles.
Tradicionalmente, o Fruto pertence a uma árvore, os Seres Humanos são frutos, os pais seriam os senhores dos seus filhos, e retrocedendo a humanidade chegaríamos a um criador único, que é o dono dos nossos corpos e do que há neles, inclusive a vida.
Não podemos escolher quanto às coisas que não nos pertencem e apenas administramos, pois ao cuidarmos, ou administrarmos algo que não nos pertence, apenas seguimos as diretrizes do Dono do bem para a melhor conservação do “bem”. Aceitar que podemos dispor de um bem tão importante como a Vida, seria aceitar que se dispusesse do corpo, o que até onde sei, é muito reprovável e indigno, como no caso das prostitutas.
Por fim, permitir práticas como a eutanásia é permitir que assassinos se satisfaçam pelo fim legal da vida de um semelhante, se pondo como senhores da vida de seus semelhantes, decidindo quem deve morrer e quem deve viver.
A vida deve ser vivida da melhor maneira, para o melhor dos outros seres humanos. O ciclo deve sempre fechar-se naturalmente, ninguém precisa de ajuda para que o ciclo se complete, pois desde o início, ele sempre se fechou e assim continuará a se fechar. Tudo que nasce naturalmente, morre naturalmente.
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