E quando os quadros falam uns com os outros?

Talvez graças a algum confinamento, abstracto ou real demais, sei lá, descobri que os quadros falam uns com os outros. Podem dizer que enlouqueci, mas quanto a isso posso dizer que foi muito antes da existência do Covid, que eu ainda sou mais velha do que ele. Mas olhando mais atentamente para esses dois quadros, “O Bêbado Equilibrista” e o “Deixem-me sonhar”, conclui: Não é que falam um com o outro? Mais ou menos assim:
_ Estou bêbado, eu sei, mas tento equilibrar-me onde muitos nunca se equilibraram.
E a isto, responde o outro, bêbado também:
_ Olha, eu já perdi o equilíbrio, e aqui me sustenho. Deixa-me sonhar, enquanto te equilibras. Cheguei à conclusão que já não vale a pena. Acorda-me, quanto o mundo estiver mais ou menos justo.
Acordo embriagado na lucidez que já não se encontra. Tentativas de interpertrar o mundo, já agora explicá-lo, mais não seja por um bêbado equilibrista e outro bêbado que adormeceu. O mundo, bem vistas as coisas, está embriagado.
Obs: Eles, nas telas, é que se embriagaram. Eu nada bebi de jeitos que me adormecesse. Mas raios m’a parta que tento encontrar equilíbrio. Razão é capaz de ter o meu filho: Mãe, porque não pintas apenas flores, toda a gente gosta, não ofendem.
O filho tem razão, claro que tem, mas eu, não sabendo bem porquê, tenho tantos momentos em que me apetece ofender
Leonor Fernandes, redactora Grupo Privado Sociedade Justa

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