A ética na economia e a pessoa no centro da decisão política, defende o Papa em Davos

 

Cidade do Vaticano – O Papa enviou uma mensagem ao Fórum Económico Mundial, que se inicia hoje na cidade suíça de Davos, defendendo a superação de “abordagens tecnológicas ou económicas de curto prazo”, valorizando a “dimensão ética” na definição de políticas internacionais.

“Somos todos membros de uma família humana. A obrigação moral de cuidarmos uns dos outros decorre desse facto, assim como do princípio relacionado de colocar a pessoa humana, e não a mera busca de poder ou lucro, no centro das políticas públicas”, indica o texto, entregue pelo cardeal Peter Turkson, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano integral, na qualidade de representante da Santa Sé.

Comentando o tema escolhido para 2020, ‘Agentes para um mundo coeso e sustentável’, o Papa apela a um “maior compromisso”, a todos os níveis, perante os desafios enfrentados pela humanidade.

“Nas últimas cinco décadas, testemunhamos transformações geopolíticas e mudanças significativas, da economia e do mercado de trabalho à tecnologia digital e ao meio ambiente”, pode ler-se.

Francisco assinala o 50.º aniversário da cimeira de Davos, uma “oportunidade de compromisso” para diversos protagonistas, na tentativa de “construir um mundo melhor”, através do encontro de “vontades políticas” e da cooperação recíproca.

A mensagem alerta para tentações de isolamento, individualismo e de “colonização ideológica”, contestando as “visões materialistas ou utilitárias” que levam a “práticas e estruturas motivadas em grande parte, ou mesmo unicamente, pelo interesse próprio”.

“Um desenvolvimento humano verdadeiramente integral só pode florescer quando todos os membros da família humana estão incluídos e contribuem para, buscando o bem comum”, sustenta o pontífice.

O texto evoca a “ecologia integral” proposta na encíclica “Laudato Si”, para procurar “o desenvolvimento integral de todos”, incluindo as gerações futuras.

“Que as vossas deliberações levem a um crescimento de solidariedade, especialmente com os mais necessitados, que experimentam a injustiça social e económica e cuja própria existência está ameaçada”, conclui.

Notícia: Ecclesia

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