O presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, manifestou-se preocupado com o número crescente de famílias em dificuldades e apelou à criação de um Plano Nacional contra o Empobrecimento durante uma audiência com o Presidente da República.
Segundo Eugénio da Fonseca, a Cáritas registou um aumento de 48% dos pedidos de ajuda desde que começou a pandemia face ao período homólogo de 2019. “O pico maior foi no mês de abril, entre abril e maio, isso percebemos porque foi o tempo da candidatura ao lay-off, houve atrasos nessas candidaturas, empresas que não puderam pagar os salários e houve gente que teve quebra de rendimentos”.
O presidente da Cáritas admitiu que a organização está a sentir muitas dificuldades e que a situação deverá agravar-se face à evolução da pandemia. “Há famílias que nos procuram para pagar água, luz e gás. Vamos entrar em períodos muito difíceis, a Cáritas está a sentir muitas dificuldades em atender todas as situações que aparecem. Nós estamos altamente preocupados com os jovens, adultos que até alguns já estavam a iniciar projetos de vida e que tiveram que regredir porque ficaram com rendimentos mais baixos ou ficaram mesmo sem rendimentos porque estavam em trabalhos temporários”, alertou.
“Estamos muito preocupados com as famílias monoparentais onde a pobreza se acentuou. A pobreza infantil continua a ter contornos preocupantes”, acrescentou ainda.
Considerando que a atual crise foi “abrupta” e “agressiva”, apanhando de surpresa muitas famílias que antes não tinham dificuldades, o presidente da Cáritas insistiu na criação de um plano contra o empobrecimento no país.
Foto: Expresso
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