Crescem exigências das famílias nos lares de idosos

Crescem exigências das famílias nos lares de idosos – Colocar um idoso num lar residencial é sempre uma decisão difícil que causa muitas vezes rupturas d diversas naturezas. Apesar do conforto e da segurança oferecida as famílias estão mais vigilantes e preocupadas com notícias de “maus tratos” verificados em algumas unidades.

Nestes estabelecimentos para pessoas idosas as relações são por vezes difíceis, dada a diversidade cultural e social dos residentes e as dificuldades de gestão das unidades de acolhimento causadas pelo constante aumento de custos de funcionamento e a estabilização das remunerações recebidas.

Os serviços prestados regulados pelo Estado são verificados pela Segurança Social tendo em vista a segurança e os direitos dos residentes. Mas por vezes, as famílias exigem das instituições soluções que elas têm dificuldade em prestar. Na generalidade os idosos residentes em instituições particulares de solidariedade recebem cuidados de elevada qualidade não sendo raros os casos em que os residentes ali encontram o conforto vital superior ao que estavam habituados.

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MOBILIÁRIO PARA IDOSOS EM LARES

Existe um aumento de atitudes “consumistas” nos estabelecimentos de alojamento de idosos dependentes?

A questão surge ao ler uma pesquisa do Ministério de Assuntos Sociais francês sobre a experiência de cuidadores aposentados. “Os moradores falam: eu pago, eu tenho direito. O que podemos responder? pergunta um cuidador. “Hoje, as famílias são mais litigiosas”, acrescenta uma enfermeira. “Não é reconhecido quando é bom. As famílias só veem o lado ruim”, disse um de seus colegas. Famílias que levam mal a entrada nos lares rrsidenciais.

Nesse estudo os cuidadores entrevistados reconhecem que essas famílias “difíceis” permanecem em minoria. E que muitos parentes expressam sua gratidão à equipa. Mas existem situações de conflito. E de acordo com alguns cuidadores, eles estão ligados primeiro ao fato de as famílias terem dificuldade em assumir a entrada de seu pai num lar.

“As famílias enviam de volta uma carga de culpa que as equipas às vezes têm dificuldade em administrar. A este respeito, alguns (falam de uma) ideologia de ficar em casa”, sobretudo face à culpa expressa por familiares forçados a recorrer a uma instituição, percebida como uma privação de liberdade, sublinha o inquérito.

A visão “consumista” de casas de repouso

Mas a culpa não é o único fator. “As famílias e os familiares demonstram um elevado nível de exigência, quer no que diz respeito à qualidade da prestação dos cuidados de alojamento, quer no apoio relacional ou à manutenção de capacidades, face a um custo financeiro percecionado como caro”, aponta ainda o estudo.

Uma evolução que já se notava em 2001 numa dissertação apresentada à Escola de Saúde Pública de Rennes, constatando um “aumento do consumismo” no sector da saúde e social. “A evolução da nossa sociedade favoreceu o surgimento de uma nova percepção do usuário sobre si mesmo.

Ele afirma-se cada vez mais como cliente. Basta recordar o sugestivo princípio “Quem paga decide” para melhor medir as expectativas dos utentes, sobretudo nos estabelecimentos de alojamento de longa duração, onde na maioria das vezes os idosos são os responsáveis ​​pelo alojamento e a cobertura ao contrário do hospital onde o custo do alojamento é integrado no orçamento global”, sublinha esta memória.

Não obedece mais à medicina paternalista

Esta denúncia do consumismo incomoda as unidades de acolhimento, convencidas de que se trata antes da vontade dos doentes de fazerem valer os seus direitos. E não mais calar, nem obedecer a uma medicina às vezes deliberadamente paternalista e infantilizante. “O que as famílias querem é apenas o melhor para seus entes queridos, que muitas vezes são muito vulneráveis.
Às vezes, há coisas que não são aceitáveis ​​e, na maioria das vezes, não é culpa da equipa ou da direcção do lar.  Mas faltam meios”, explica Joëlle Le Gall, presidente da Federação das Associações e Amigos dos Idosos. Num relatório de janeiro de 2013, Luc Broussy falou sobre o futuro:
“É provável que a próxima geração seja muito mais exigente. Não só porque virá gradativamente de gerações de cidadãos alimentados com a mamadeira do consumismo pós-68, preocupados com seus direitos e seu conforto. Mas também porque ela terá visto os próprios pais ou avós envelhecerem. Que ela vai cuidar disso. Em casa ou num estabelecimento” escreveu este ex-delegado-geral do sindicato das casas de repouso privadas.
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