Joaquim Faria, fundador e presidente da Nortecoop, morreu hoje. O movimento social português perde um dos seus dirigentes mais nobres. Dedicado às suas convicções democráticas e opção republicana, o senhor Faria é um exemplo para muitas gerações e para mim – que o conheci já tarde mas há mais de 30 anos – um mestre na leitura da realidade política, coisa em que adorava participar.
Perde o movimento cooperativo um dos seus mais ilustres cooperantes. Sempre presente, sobretudo nos momento mais difícieis – altura em que todos procurávamos a sua opinião antes de fazer o que era necessário. A sua leitura da realidade permitia-nos encontrar caminhos a andar, sem ferir ninguém e estabelecer as metas vencedoras.
Mas não foi apenas um homem do cooperativismo. Foi um promotor de causas e agente de unidade nos momentos mais difícieis das (muitas) comunidades onde participava. Exemplo disso, a sua terra, Paredes, que pôde contar com ele e a sua sabedoria em opções de ruptura.
Perde também o Partido Socialista um dos seus membros. Faz parte da história onde encontramos os mais ilustres, e onde foi exemplo de participação e leitura serena da realidade.
Antes do 25 de Abril, sem medo, e quando era incómodo, esteve presente e de que maneira na campanha do general Humberto Delgado. As suas convicções foram sempre as mesmas. A Liberdade, a República e a Democracia.
Na vida encontramos seres humanos que são nossos mestres. Agradeço todos os momentos partilhados com o senhor Faria – foi sempre motivo de inspiração para mim, e ajudou-me sempre muito na interpretação da vida política portuguesa.
Arnaldo Meireles
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