A inveja do lucro e a pobreza democrática

A inveja do lucro e a pobreza democrática – A subida dos preços alimentares e a taxa de juro do crédito à habitação são as duas linhas a ter em conta para avaliar o desespero dos cidadãos confrontados que estão com um Governo que não sabe como enfrentar a situação e se lança nas medidas particulares de caridade, matizadas nos apoios circunstanciais.

Chegamos à situação em que esta dificuldade crucial é agravada pela ausência de política de habitação que impede aos casais mais jovens encontrar lugar para viver, sobretudo se quiserem/puderem viver no litoral do país.

Este é ainda o momento para conhecermos motivações ideológicas que proclamadas apenas provocam discussão e nos impedem de encontrar o caminho – não estamos em fase ideológica, mas submetidos às leis da economia que sempre esmaga quem delas se dispensa!

Somos um país (ainda) assim: com inveja pelo lucro e tolerantes com a pobreza que progride e já afecta a classe média!

Superlucros, por que favorecer incentivos em vez de impostos?
O Governo continua a resistir sobre a possibilidade de taxar os “grandes lucros” de empresas como medida de redistribuição social.

Em Portugal como nos outros países europeus, a tendência é a mesma: os preços sobem, a inflação resiste, e as pessoas (os consumidores) manifestam crescente desilusão perante as propostas do poder.

“Alguns veem a tributação como o princípio e o fim de toda a redistribuição. Mas esta nem sempre é a melhor ferramenta. Existem outras alavancas, como incentivos, regulamentação ou concorrência. Este é também o sentido das medidas da promovidas e que facilitam a rescisão, principalmente nos setores de seguros e telecomunicações.

Também é certo que se vislumbra dos governantes uma relativa esperança de que dos grandes grupos económicos surja o compromisso de  “assumirem voluntariamente compromissos sociais baixando seus preços” dado que isso teria um efeito mais rápido no bolso do consumidor do que se o Estado interviesse por meio de um imposto.
O efeito é direto, em linha com os nossos objetivos imediatos: distribuir melhor o valor nas empresas para que os colaboradores beneficiem dos lucros obtidos; obter reduções de preços o mais rapidamente possível para os consumidores.

Que se exija mais dessas empresas é totalmente legítimo. Mas o método é importante: vamos pressionar e fazer as contas depois.

O imposto deve ser usado apenas como último recurso. Implementá-lo diretamente significa fechar negociações com as empresas.

Outro ponto de método, tratando urgentemente desta matéria tributária: Deve haver um imposto específico para cada setor ou todas as empresas devem ser tributadas acima de um determinado lucro?

Regresso à economia?

Perante os problemas por que regressamos sempre à ideologia? Por que não entendê-la e prepararmo-nos para as suas surpresas e assim podermos criar riqueza para de seguida a distribuir, sobretudo em salários dignos e justos? Para quê insistir na “esmola” do subsídio esporádico que mais parece uma rede com a força de atrair ao poder os votos necessários e subservientes para datas  previstas? Invejamos o lucros dos outros e acolhemos serenamente a pobreza democrática que nos abraça, serenamente, como a morte que é certa e também já não é barata.

Por Arnaldo Meireles

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A inveja do lucro e a pobreza democrática

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