Republicanos assumem o controle da Câmara dos Representantes dos EUA
Maioria republicana na Câmara baixa do Congresso será muito menor do que o partido esperava
O Partido Republicano conquistou o controlo da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, de acordo com projeções dos média nesta quarta-feira (16), o que dará aos conservadores a possibilidade de combater a agenda do presidente Joe Biden nos próximos dois anos.
A maioria republicana na Câmara baixa do Congresso será muito menor do que o partido esperava, depois de não ter conquistado o controlo do Senado nas eleições de meio de mandato da semana passada.
As emissoras NBC e CNN projetaram a vitória para os republicanos com pelo menos 218 dos 435 assentos da Câmara dos Representantes, o suficiente para garantir uma maioria.
A confirmação chega uma semana depois de milhões de americanos irem às urnas para votar nas eleições de meio de mandato, que costumam castigar o partido no poder.
Biden felicitou o republicano Kevin McCarthy, eleito nesta terça-feira por seus colegas para ser o líder do partido na Câmara baixa, pela “vitória dos republicanos da maioria na Câmara”.
O presidente democrata afirmou estar “pronto para trabalhar com os republicanos da Câmara dos Representantes para obter resultados para as famílias trabalhadoras”.
Ainda segundo Biden, a votação da semana passada foi “uma forte rejeição aos negacionistas das eleições, à violência política e à intimidação” e mostrou “a força e resistência da democracia americana”.
McCarthy pronunciou-se via Twitter pouco após a publicação das projeções: “Os americanos estão prontos para uma nova direção, e os republicanos da Câmara dos Representantes estão prontos para cumprir essa missão”.
A notícia chega um dia depois que o ex-presidente Donald Trump, cujo endosso parece ter condenado alguns dos candidatos de seu partido nas eleições de meio de mandato, anunciou que pretende se candidatar à presidência em 2024.
Num cenário de aumento da inflação e queda nos índices de popularidade de Biden, os republicanos esperavam conquistar o controlo de ambas as casas do Congresso e, com isso, bloquear de maneira efetiva a maioria dos projetos legislativos de Biden.
Em vez disso, os eleitores democratas compareceram em massa, estimulados pela anulação do direito ao aborto pela Suprema Corte e temerários dos candidatos apoiados por Trump que rejeitam abertamente o resultado da eleição presidencial de 2020.
Já os republicanos perderam terreno ao apresentar candidatos rejeitados pelos eleitores moderados por serem muito radicais.
Maioria democrata no Senado
O partido de Biden reverteu uma importante cadeira no Senado na Pensilvânia e manteve mais duas nos estados do Arizona e Nevada, dando aos democratas uma maioria na Câmara Alta com 50 assentos mais o voto de desempate da vice-presidente Kamala Harris.
O segundo turno das eleições para o Senado da Geórgia, marcado para o mês que vem, pode levar os democratas a melhorar a sua maioria na Câmara alta.
O Senado supervisiona a confirmação de juízes federais e membros do gabinete, e ter esse órgão de 100 assentos ao seu lado será de grande importância para Biden.
Enquanto isso, McCarthy ganhou a eleição por voto secreto para liderar seu partido na Câmara dos Representantes, o que deve permitir que ele se torne presidente da casa a partir de janeiro.
O congressista californiano de 57 anos, membro do alto escalão republicano na Câmara desde 2014, derrotou o seu correligionário Andy Biggs, membro do grupo de extrema direita Freedom Caucus.
Mas possíveis deserções da extrema direita podem complicar o seu caminho quando o plenário da Câmara escolher o seu líder em janeiro.
McCarthy deve vencer a votação no plenário do dia 3 de janeiro, quando os 435 novos membros da Câmara dos Deputados, republicanos e democratas, escolherão o “speaker” (presidente), terceiro cargo mais importante na política americana depois do presidente e vice-presidente.
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