Marc sofre de um novo tipo de mal-estar: uma forma de ansiedade climática. Prova do seu surgimento muito recente no campo “psi”, a terminologia ainda não foi estabelecida: alguns falam de eco-ansiedade, outros de esgotamento ecológico, outros ainda de solastalgia: “É uma sensação de impotência, até mesmo de perda de sentido, diante das consequências alarmantes das atividades humanas no planeta”, explica Alice Desbiolles, médica especialista em saúde ambiental. Os seus sintomas podem ser mais ou menos agudos: insónia, pensamentos obsessivos, transtornos de ansiedade, depressão. Alguns até chegam a não querer dar à luz.

O fenómeno, que está surgindo na França, ainda é difícil de quantificar. As pesquisas de opinião certamente atestam a crescente preocupação da população com as questões ambientais – 85% dos franceses e 93% dos jovens de 18 a 24 anos se dizem preocupados com o aquecimento global (2). Mas entre estar preocupado e estar deprimido, existe um abismo. Quantos realmente mudam para a angústia visceral evocada por Marc? Uma ínfima minoria… impossível de quantificar por enquanto.